Nesse pequeno texto, primeiro de uma série que irei escrever, abordarei, de forma sucinta, sobre o primeiro conselho aos estudantes e futuros estudantes do curso de Direito, assunto este talvez não questionado por alguns antes de iniciar a graduação em Direito e não pensado por outros até mesmo durante a graduação.
Logo, se você já adentrou no mundo jurídico (já é estudante de Direito) ou ainda está pensando se é isso mesmo que você quer para sua vida, saiba que esse texto foi feito para você e, ao realizar sua leitura, você estará um passo à frente dos demais colegas e receberá ensinamentos que quem lhe escreve também recebeu antes e após iniciar a graduação.
Desse modo, separei para essa primeira abordagem o assunto que considero mais importante para qualquer pessoa que esteja escolhendo a sua profissão:
SAIBA QUAL A SUA VOCAÇÃO! O QUE FAZ SEU CORAÇÃO BATER MAIS FORTE?
Antes de iniciar no curso de Direito, quando ainda cursava o ensino médio, por sempre ter tido vontade de ajudar as pessoas, havia em mim o desejo de cursar enfermagem, mesmo sem nunca ter entrado em um hospital com a finalidade de estudar sobre a profissão pretendida. Um dia, contudo, quando eu já estava prestes a terminar o ensino médio, ao visitar o pai de uma amiga em um hospital na cidade na qual resido, estando eu sentada do lado de fora do local, fui surpreendida com a chegada de um homem que aparentava não estar em boas condições de saúde. Então, logo pensei não se tratar de um visitante de alguém que estaria internado no local.
Algum tempo após a chegada daquele homem, o referido apresentou-se completamente descontrolado, de forma que várias pessoas juntas não conseguiram contê-lo. A situação, por si só, já me angustiou. Porém, o que veio depois muito me assustou. O enfermeiro que socorreu o paciente também sentiu-se mal e desmaiou, tendo que também ser socorrido.
Naquele dia, após ver o estado de alguns pacientes e ver o que ocorreu com aquele homem e o enfermeiro, eu soube que não poderia jamais pensar novamente em estudar enfermagem, pois não teria controle emocional suficiente para seguir na área da saúde e, portanto, eu não seria feliz caso continuasse com aquela ideia em mente. Passei, então, a pesquisar sobre outros cursos e assistir a filmes sobre diversas profissões, até que o Direito surgiu na minha mente como fruto das minhas pesquisas.
Anos após eu ter escolhido o Direito, já estagiando no Ministério Público do meu Estado, conheci uma Promotora de Justiça que me revelou que havia abandonado o curso de Engenharia quando já estava na metade da faculdade para cursar Direito, pois ela percebeu que o que a faria feliz seria cursar Direito.
Aproximadamente um ano após, quando já estava estudando para o exame da ordem, no oitavo período da graduação, conheci um professor que revelou a seus alunos que sua esposa, graduada e pós-graduada em Direito, havia há algum tempo abandonado a profissão para se tornar Dentista.
Percebi, enfim, que o mais importante, não importando o momento, é descobrir o que te faz feliz e ter coragem de fazer novas escolhas caso as anteriores não lhe tenham feito bem. Ora, sua profissão deve ser sua paixão. Então, aqui vai um conselho: Estude sobre o que você ama! Não realize sua matrícula em um curso de graduação (vale para qualquer curso) exclusivamente pelo dinheiro ou pelo prestígio ou para agradar seus entes queridos ou por qualquer outro motivo que não seja o amor pelo curso escolhido. Lembre-se de que muitas horas dos seus dias serão voltadas para o trabalho e cabe a você escolher entre trabalhar com prazer ou ser “torturado” pelas suas escolhas.
Hoje, após o término da graduação e já como Advogada, confirmo todos os dias que fiz a escolha correta. O Direito é uma tortura para quem não o ama, mas uma paixão para os vocacionados e só essa paixão é capaz de trazer o sentimento de realização profissional para alguém.
Se você, porém, fez uma escolha que pensa ter sido a errada, saiba que ainda há tempo para fazer novas escolhas. Ademais, saiba que mesmo que ainda não esteja onde gostaria de estar, as escolhas feitas até o momento te ensinaram muito, te tornaram uma pessoa melhor e te prepararam para ser aquele profissional mais dedicado, o profissional apaixonado que foi capaz de “largar tudo” para seguir o sonho, não importando se estava no meio ou final da graduação, nem se já contava lá com seus 50, 60, 70 anos de idade e se achava velho demais para sonhar. Nunca se esqueça, é para sonhar e realizar nossos sonhos que ainda estamos aqui!
Fonte: Marcelli Morais Rangel (Jusbrasil)