Introdução
Imagine que a sua faculdade (5 anos) é a pré-temporada de um time de futebol e o mercado de trabalho é o campeonato a ser disputado.
Um time em pré-temporada vai enfrentar outros times de menor tradição.
Isso vai servir para treinar o esquema de jogo, o posicionamento da equipe, testar as substituições e fazer os ajustes necessários antes de iniciarem os jogos do campeonato.
O time em preparação vai enfrentar vários times diferentes (ou dividir o time em duas equipes) para corrigir os erros dos jogos anteriores.
Além disso, tem os momentos de sala de aula onde o técnico/professor explica na TV a tática, alguns conceitos e fundamentos.
Mas depois tudo isso é testado no jogo-treino.
Quando começa o campeonato, o time que fez a melhor pré-temporada tem mais chances de sair na frente e ganhar os primeiros jogos por já está preparado e aquecido.
Basicamente todo esporte é assim.
Todo esporte precisa de treino e mais treino.
E os melhores treinos são aqueles em que o atleta faz o suor cair, faz o atleta errar e aprender.
É assim que se vence no esporte.
A sua faculdade não é diferente.
Se você quiser disputar o campeonato/mercado de trabalho de igual pra igual, você terá de fazer uma excelente pré-temporada. Vamos a ela.
1. Ser aprovado em um concurso (nível fundamental ou médio)
A maioria dos estudantes de direito querem ser concursados.
Pensando nessa lógica da preparação, se você quer ser concursado após a faculdade, a melhor forma de se preparar é entrar no campo de batalha, estudar, fazer as provas e tentar passar em algum concurso.
Isso vai proporcionar a você aprender a lidar com o estudo, com as provas, com tempo de preparação e com a aprovação ou reprovação.
Lembre-se que time que não faz pré-temporada não entra aquecido no campeonato e já sai perdendo.
2. Fazer estágio em 2 (dois) ou mais órgãos públicos diferentes;
É o ideal.
Você tem várias opções de órgãos públicos:
– Polícias: polícia militar e policial federal;
– Judiciário: justiça comum, justiça do trabalho e justiça federal;
– Juizados: juizado cível e juizado criminal;
– Ministério Público: MP estadual, MP do trabalho, MP Federal
– Procuradorias: Procuradoria Municipal, Estadual e Federal
– Defensoria Pública: DP Estadual e DP da União
– Órgãos Administrativos: INSS, Incra, etc. Enfim, onde tiver gente trabalhando para o governo pode ser um lugar interessante para aprender algo.
São muitas as opções.
Porém, aqui cabe 2 (dois) alertas:
a) faça estágio em órgãos diferentes, por exemplo: algum do judiciário e outro do MP – evite fazer em dois órgãos da mesma natureza;
b) não fique por mais que 1 (um) ano no mesmo lugar – isso pode lhe colocar no estado de acomodação e fazer com que você desperdice o período da faculdade para ganhar mais experiência (em outros lugares) – isso vai custar caro depois;
3. Fazer estágio em um escritório de Advocacia.
Esse é aqui é imprescindível, a menos que você já tenha certeza que passará em um concurso assim que sair da faculdade ou ainda durante a faculdade.
Falo isso porque a realidade que tenho visto é o estudante achar que não precisa disso e quando ele conclui a faculdade é a realidade que se apresenta à sua frente.
O indivíduo nunca pensou em advocacia, mas quando ele termina o curso é muito mais fácil passar na prova da OAB do que em um concurso.
E advinha onde ele vai começar a trabalhar?
Exatamente, a advocacia.
E sabe qual é a maior dificuldade do jovem advogado?
Isso mesmo, a falta de experiência prática.
Resultado: será um profissional frustrado por não conseguir lidar com as dificuldades da advocacia e sem dinheiro para conseguir estudar para um concurso.
Assim, fazer um estágio em um escritório de advocacia serve para você, inteligentemente, minimizar a probabilidade das coisas darem errado pra você após o curso.
Conclusão:
A minha intenção com esse artigo é trazer clareza para você e te auxiliar na tomada de decisão para que você consiga aproveitar ao máximo a sua faculdade.
Para finalizar, uma coisa é certa: se você se preparar durante a faculdade ou não se preparar, o mercado não quer nem saber: ele vai cobrar do mesmo jeito em ambos os casos.
Espero que esse texto possa te ajudar na sua jornada como universitário.
Se você concorda ou não, deixe seu comentário, vamos dialogar?
Até a próxima.
Fonte: Jefferson Sobral (JUSBRASIL)
